segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Bullying...

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Actualmente falar de violência escolar é também falar de bullying.
O termo bullying foi cunhado por Dan Olweus numa das suas investigações sobre tendências suicidas em adolescentes. Bullying é toda a violência não física, todo o tipo de agressão e condutas verbais, desde os simples insultos, a fazer piadas e gozar com a criança, o uso de alcunhas cruéis, ridicularizar, etc.. Bullying é uma forma de pressão social que acarreta, por vezes, traumas muito importantes na vida dos alunos que são sujeitos diariamente a este tipo de maus-tratos.
A escola é um dos contextos em que o Bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e que se torna difícil para os adultos vigiarem todos os comportamentos e intervirem atempadamente. Num estudo recente, a Margarida Gaspar de Matos e colaboradores apuraram que 57.5% dos alunos entre os 11 e os 16 anos estão envolvidos em comportamentos provocatórios. O Bullying, ocorre como qualquer outra forma de assédio ou maltrato. É perpetrado, habitualmente, por crianças que têm, por qualquer motivo, mais força ou poder do que a vítima; o agressor acusa a vítima de ser responsável pelo abuso e maltrato a que foi sujeita. A vitima muitas vezes sente-se verdadeiramente responsável pelo que aconteceu, a culpa é dela, por ser feia, gorda, fraca, etc..
Esta forma de violência passa, na maior parte das vezes, despercebida aos olhos dos pais, dos professores e da sociedade em geral. A vítima de bullying pode sofrer este tipo de maltrato durante muito tempo sem que ninguém perceba o que se está a passar. O agressor exerce uma enorme pressão, incutindo medo e ameaçando retaliar para que a vitima se mantenha em silêncio. Muitas vezes, os pais e os professores só notam que se está a passar alguma coisa grave quando observam os efeitos dos danos desta pressão, que se manifestam sob a forma de fobia à escola, baixo rendimento escolar, depressão e doenças psicossomáticas.
A vítima de bullying deve ser apoiada por um psicólogo porque apresentará, com toda a certeza, um sofrimento psíquico importante. O agressor também deve ser acompanhado porque o exercício persistente e continuado de bullying é revelador de um enorme mal-estar interno. O autor de bullying vê a violência como uma forma de alcançar poder.
Os técnicos que se relacionam de perto com as crianças e os jovens, nomeadamente os professores têm que estar mais atentos a esta realidade e devem perceber o impacto devastador que o bullying pode gerar, comprometendo o salutar desenvolvimento da criança como pessoa segura e auto-confiante. A auto-estima é a primeira a sofrer danos e, por vezes, em situações muito graves, danos irremediáveis. Os pais e os familiares de uma maneira geral, também devem estar muito atentos a esta realidade, principalmente quando se sabe que a criança tem uma característica qualquer que a torna vítima fácil, nomeadamente, se sofre de obesidade ou se tem uma qualquer dificuldade de expressão, é, por exemplo, gago, tem tiques, é demasiado calado ou demasiado falador, etc., isto é, se de alguma forma a criança foge aos padrões normativos.

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Tente perceber se o seu filho é vítima de Bullying

  • É muitas vezes alvo de brincadeiras de mau gosto?

  • Qual é a alcunha que ele tem, lá na escola?

  • Há alguma característica na sua personalidade ou fisionomia
  • que o coloca na situação de ser um “alvo fácil”?

  • Recusa-se a ir à escola e anda triste?

  • Parece não ter amigos ou não se sentir à-vontade com eles?

  • Mostra-se muito sensível às suas brincadeiras e
  • reage ou chorando ou de forma agressiva.
Previna os danos do Bullying

Se o seu filho tem alguma característica na sua personalidade ou fisionomia que o coloca na situação de ser “alvo fácil”, procure um psicólogo que o possa ajudar a lidar com essa característica para que não se torne um estigma e um motivo de vergonha
Esteja atento, observe o seu filho a brincar com os outros colegas,
solicite aos professores o parecer deles.
Não se torne hiper-protector, mas vigie com atenção.
Não se esqueça que o seu filho pode precisar de ajuda.
Nem sempre as crianças têm a força necessária
para fazerem frente a um agressor

Bullying Físico
Bater, agredir, dar pontapés, empurrar, dar encontrões e puxões

Bullying Verbal
Ameaçar, arreliar, iniciar rumores e fazer comentários agressivos.

Exclusão das Actividades
Exclusão directa de certa criança para as actividades em que
todos participam menos a criança excluída

O que Não se deve fazer
Incentivar a criança a ser assertiva, a desvalorizar o que aconteceu, a ser indiferente às agressões e incentivá-la a fazer de conta que não é incomodado com as agressões.
Isoladas estas atitudes podem levar a criança a sentir-se um fracasso o que pode até levar ao suicídio.

O que se Deve fazer
Estar a tento e intervir no sentido de fazer parar o comportamento da criança que atormenta o seu filho. Falar com o seu filho e com os colegas dele para tentar perceber se ele está a ser vítima de Bullying. Explicar-lhe que é natural sentir medo e vergonha, mas que deve ser capaz de falar sobre o que está a acontecer para que o possam ajudar. Chamar a atenção dos professores responsáveis, falar com os pais da criança que atormenta e solicitar que a criança agressora seja observada por um psicólogo. Falar com a criança que foi alvo de Bullying e explicar-lhe que ela não se deve culpar pelo que aconteceu e caso necessário oferecer-lhe um acompanhamento psicológico para que ela possa elaborar os “traumas” a que foi sujeita.
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