domingo, 30 de novembro de 2008

Birras...

Photobucket


As crianças para reafirmarem a sua personalidade recorrem a várias atitudes quando querem impor a sua vontade e fazerem-se ouvir.
Quando uma criança começa a gritar para chamar a atenção dos demais é sinal de que começou a entender que é um ser único e que as suas acções podem ter repercussões quer no meio ambiente quer nos seus semelhantes.
Esta etapa em que gritam “por tudo e por nada” para se fazerem ouvir, vem geralmente aliada à “idade do não”. Estas atitudes são a prova da sua necessidade de afirmação como ser independente e autónomo. A criança acabou de perceber que, também ela, tem poder para fazer que as coisas aconteçam e, sempre que possível, como ela quer.


Photobucket


Chamar a atenção

Muito embora seja compreensível que a criança grite para ser ouvida, será bom que lhe coloquemos alguns limites para que ela paulatinamente vá entendendo que não é necessário elevar a voz para que a ouçam. O exemplo tem de ser dado por nós, adultos. Os pais são a sua melhor referência e assim não devem cometer o erro de falar alto para sobreporem a sua voz à da criança, quando esta está a gritar, para que os ouçam. Não a devem chamar aos gritos e devem falar-lhe em voz baixa e pausada.

Com os nervos em franja

A criança durante esta fase e também para afirmar a sua personalidade é capaz de fazer birras pelas mais pequenas coisas, como por exemplo:
- Quando os pais lhe negam a compra do carrinho que vê numa montra
- Quando não quer comer
- Quando não quer vestir um casaco porque os pais verificam que está mal agasalhada
- Quando não quer ir para a cama
- Quando não quer ficar na escola
- Quando não quer arrumar os brinquedos...

Photobucket

As birras deixam geralmente os adultos com os “nervos em franja”, especialmente quando acontecem na rua (no supermercado, no centro comercial ou até no restaurante) pois parece que a criança “explora” a birra até às últimas consequências quando percebe que tem espectadores.
Assim sendo, a atitude dos pais é muito importante perante as primeiras birras dado que, se a criança verificar que perante uma birra consegue obter aquilo que deseja para que “não faça espectáculo” e envergonhe os pais, a criança, cada vez que quiser impor a sua vontade, iniciará nova birra para o conseguir. Às primeiras birras os pais não devem condescender e sempre que possível devem falar suavemente com a criança, explicando-lhe a ou as razões porque não podem condescender aos seus desejos.
Se a criança não atender às razões expostas e continuar a gritar ou espernear, os pais devem demonstrar-lhe que a birra não os afecta e que pode continuar a gritar ou espernear até que se canse, pois a sua decisão será inabalável.
Depois da birra, e se esta aconteceu em local público, os pais devem ainda explicar-lhe que as birras não vão conseguir obter o que deseja e que não o levarão de novo, por exemplo ao restaurante, se a criança tornar a fazer uma birra semelhante.

O exemplo familiar

Em muitas famílias existe o hábito de se falar alto. A mãe chama a criança gritando se ela está por exemplo no quarto e ela na sala. O pai está a ouvir um relato de futebol com o som da televisão elevado e para falar com a família eleva a voz para se fazer ouvir.
Estes hábitos familiares, muitas vezes acrescidos de fortes discussões familiares vão condicionar a criança. Esta, tenderá a imitar os mais crescidos e facilmente falará elevando a voz. Se em casa se falar baixo e pausadamente a criança vai gradualmente entendendo que não é necessário gritar para que a ouçam. Além disso, é bom que os pais sempre que a criança fale com um tom de voz elevado, peçam-lhe para falar mais baixo.
Outra técnica que às vezes tem muito sucesso é dizer que não a conseguem ouvir sempre que grita e pedirem-lhe para que repita o que pretende dizer em voz baixa.


blog anjinhos