segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O menino dos sonhos

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Era uma vez um menino...
Um menino que nasceu na Terra dos Sonhos. Aqui, todos podiam sonhar. De dia, à noite, acordados, a dormir, o importante era sonhar.
As casas eram feitas de sonhos, as ruas, os prados,
as nuvens, o céu, o sol, tudo era feito de sonhos.
O menino queria algo mais. Os sonhos não eram suficientes para ele.
Então este menino sonhou que um dia, ia ter uma máquina que transformava os sonhos em realidade. Trabalhou, chorou, sorriu, acima de tudo, viveu, até que conseguiu tudo o que queria para construir a máquina. Toda a Terra dos Sonhos invejava a sua criação. E toda a Terra dos Sonhos se reuniu para ver o
menino a transformar os seus sonhos em realidade...
Um dia, ele quis mostrar a máquina a todas as pessoas da Terra dos Sonhos. Todos foram ver. O menino, cheio de vaidade, disse:
- "Finalmente, posso transformar os meus sonhos em realidade... Todos eles...".
As pessoas olhavam e comentavam. Não pareciam muito convencidas. Mas se ali, os sonhos estavam por todo o lado, porque não deixar o menino sonhar?
Ele entrou na máquina e pensou em todos os sonhos que ele tinha. De súbito, apareceu um pote de ouro. Logo após, um camião de chocolates. A seguir, chegou um comboio, todo ele cheio de brinquedos. Então o menino pensou:
- "Falta-me algo...".

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Continuou a pensar... Até que exclamou:
- "Sim! É isso! O meu maior sonho é ser feliz!!".
Mas nada. A máquina nada fez. Nenhuma luz se acendeu, nenhuma alavanca se moveu. Tentou mais uma vez. E mais uma... As pessoas riam-se enquanto iam embora, comentando umas com as outras. Todas, excepto uma.
Ele não conseguia entender porque é que a máquina não lhe dava a felicidade. Era um sonho como os outros, pensava ele... Até que alguém se aproximou. A única pessoa que não tinha ido embora e não tinha feito troça do menino. Aproximou-se, sentou-se junto ao menino e perguntou:
- "Porque choras?".
Ele respondeu:
- "A minha máquina não me dá este sonho...".
O menino chorou, chorou e continuou a chorar. A pessoa que estava com ele, continuou ali, sem dizer mais uma palavra sequer. Até que o menino, já sem mais lágrimas para chorar, perguntou:
- "Não te vais embora? Vais ficar aqui comigo?".
- "Sim, até que sejas feliz..." - respondeu o desconhecido.
- "Então vais ter que ficar aqui para sempre..." - diz o menino.
Com toda a calma do Mundo, o desconhecido respondeu:
- "Sim, porque não? Se for preciso, fico...".

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E continuou a falar com o menino até que lhe disse:
- "Sabes. A máquina não te dá a felicidade. Sabes porquê? Porque não depende dela e muito menos de ti. A tua felicidade depende dos que estão contigo...";
O desconhecido limpou as últimas lágrimas ao menino, dizendo:
- "Não chores. Eu nunca te abandonarei. E mesmo que não me possas tocar, eu prometo-te que vou estar sempre contigo. Pensas em mim e eu estou aqui.".
O desconhecido afastou-se. Afastou-se até o menino não o conseguir ver.
Por fim, o menino levanta-se, olha à volta e não vê ninguém. O verde dos prados da Terra dos Sonhos parecia ser dele, o sol, parecia verdadeiro. Tudo aquilo parecia verdadeiro e não um sonho. O menino ergueu os olhos para o céu e pensou:
- "Só me falta um sonho... E não vou precisar desta máquina...". Destruiu a máquina.
Descobriu que afinal, a verdadeira máquina dos sonhos, era ele próprio...

Luís Peixoto




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